Dagoberto ganha treino especial

No triunfo de virada sobre o América de Cali por 2 a 1, na última quarta-feira, Dagoberto não só marcou os dois gols do São Paulo como também foi o jogador mais acionado em campo. Em uma nova função, com a obrigação de atuar como um quarto homem de meio-campo na marcação, o atleta de 26 anos passou a ser mais exigido fisicamente.

Por isso, a comissão técnica são-paulina preparou uma programação especial para o atacante. Reserva durante boa parte da temporada, a tendência é que ele seja titular nas oitavas-de-final da Copa Libertadores.

Segundo os profissionais do clube tricolor, Dagoberto precisará correr 20% mais nessa nova posição. “É um trabalho para melhorar a velocidade porque ele estava se sentindo lento. A gente trabalha arranque e mudança de direção para que ele tenha ainda mais agilidade, como complemento do treinamento”, explicou o preparador físico Sergio Rocha, em entrevista ao site oficial do time do Morumbi.

Segundo o Datafolha, na primeira fase do Campeonato Paulista, Dagoberto recebeu, em média, 23,5 bolas nas 14 partidas que disputou. Contra o América de Cali, pelo torneio continental, já no novo papel de um terceiro atacante com a bola e um quarto homem de meio-campo sem, foi acionado 34 vezes.

Na marcação, os números também mostram um Dagoberto mais participativo. A sua média de desarmes na primeira fase do Estadual foi de 3,2 por jogo. Contra o América, roubou a bola 14 vezes; diante do Corinthians, na segunda semifinal do Paulistão, sete vezes.

Muricy Ramalho explicou que o camisa 25 não teria oportunidade de ser titular como atacante de origem por causa das presenças de Borges e Washington na equipe. “É a única chance que ele pode ter, porque os outros dois são goleadores”, declarou, após a virada sobre o time colombiano.

“Não dá para jogar como ele gosta, de atacante que volta andando, porque aí estamos mortos. No treinamento fizemos um corredor para ele ir e voltar. Ele tem de fazer o lado direito, fechar e, quando perder a bola, tem de recompor, senão o lateral-esquerdo arrebenta com a gente”, acrescentou o treinador.

Logo após ser o herói da virada no Morumbi, na última quarta, o atleta admitiu o cansaço. “Procuro me adaptar, mas às vezes falta fôlego. Estou me empenhando ao máximo para ajudar a equipe.”

Nesta semana, porém, minimizou um pouco as adversidades. “Já é difícil fazer gols como atacante, imagina agora”, brincou. “Mas eu vejo essa nova função como atacante também, é só repor a defesa, não é nada do outro mundo, é simples. Cristiano Ronaldo joga assim no Manchester, ali com três atacantes. É só conversar e entender a leitura do jogo e tem tudo para dar certo”, concluiu

Fonte: Uol